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quinta-feira, 19 de maio de 2011

ARTIGO: Racismo no futebol gaúcho

* Por Juremir Machado (Correio do Povo)

Faz algum tempo eu denunciei racismo na torcida do Grêmio. Fui insultado. Agora, como todo mundo sabe, a coisa se confirmou. Zé Roberto não aceitou a "brincadeira" do macaco.
Essa "brincadeira" é racismo puro.
*
Um historiador do futebol me envia um texto sobre mitos nas origens do Internacional:
*
Juremir
A propósito de racismo no futebol, e na “liberalidade” do Inter à entrada de todas as raças, religiões, filiação política, condição econômica, etc:
1) dizem que isso está escrito na ata de fundação, em 1909, só que o livro existente de atas mais antigo do clube é de 1912, e que registra na abertura que todos os registros anteriores estão desaparecidos – portanto, não existe ninguém que tenha visto a tal ata liberalizante
2) os fundadores do Inter – empregados do comércio, estudantes, funcionários públicos – foram praticamente corridos do clube ainda antes do final de 1909, também porque não jogavam nada (0 x 10 no Gre-Nal), mas principalmente por um fator econômico: quem assumiu foi a turma dos “acadêmicos da fronteira”, os filhos dos estancieiros de Bagé, Don Pedrito, Rosário e especialmente Livramento, nesse caso a mesma turma que tinha fundado o 14 em 1903, com 14/15 anos, misturando alguns uruguaios - Rivarol Padilha, Henrique lay, Simão “Índio” Alves, os irmãos Flores da cunha irmãos do general interventor, e principalmente os irmãos Ávila, Florêncio, Thomaz e Belarmino, do Rincão dos Ávila (depois, até o pai do Paixão Cortes jogou no Inter)
3) quantos negros estão na foto dos 11 jogadores que ganharam o primeiro campeonato gaúcho do Inter, em 1927, após 18 anos de clube? Néris de pitipiriba. O primeiro negro no Inter só entrou em 1928, Dirceu Alves, da liga da canela preta, e metade do time parou de jogar ou foi para outro clube (e nem é porque o Inter fosse elitista: todo o futebol brasileiro era elitista, e nem se poderia esperar outra coisa de um país que tinha pouco mais de uma década do fim da escravatura, os pretos confinados na colônia africana, e um esporte para cuja prática tudo era importado, do material de jogo (bolas, camisetas, botinas, meiões, bernudas, bonés, cintos, gravatas, tudo da Europa e caríssimo) até a linguagem, inclusive - tanto que em 1922 a associação dos cronistas esportivos de são Paulo fez um seminário para passar as expressões em inglês para o português
4) em 1935 o inter seria campeão farroupilha (de Porto Alegre) com um empate, mas perdeu o Gre-Nal com dois gols no finzinho; quem foi mandado embora? Tupã, que era o centroavante (e portanto não poderia ter nada com o fato do time tomar dois gols no finzinho), e tinha um defeito grave: ser negro. Tupã também tinha vindo da liga preta. Foi lá, e no interior, que o Inter buscou os negros do Rolo Compressor hexa gaúcho de 1940 a 1945 – não porque gostasse de negros, mas porque esses jogadores eram mais baratos – no caso de Tupã, um emprego público e duas “fatiotas”
5) quantos dos mais de 100 técnicos do clube do povo são negros? Três – primeiro Dario letona que na verdade era mulato e índio peruano, depois Alfeu Cachapuz Batista ex-jogador, e finalmente o Valmir Louruz (já faz uma década), que durou meia dúzia de jogos
6) quantos dos mais de 50 presidentes do clube do povo foram negros? zero. E entre os mais de 200 vices, quantos negros? Tem que procurar muito
7) e entre os mais de 300 conselheiros, qual é o percentual de negros? Clube do povo é o cacete.

O uso das informações está liberado.
Mas por favor não cita a fonte, porque essa história já me trouxe ódio demais.

abração 

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